sábado, 7 de maio de 2011

Enchente

E ao longe se vê o berro da criança que procura o leito no seio materno,
já não se resta nada, apenas a incerteza do amanhã, tudo foi levado, vidas,
sonhos, esperanças e até desejos.
No mais, restou apenas a orfandade, a cadeira de balanço, uns destroços que
cai como paisagem para aquele lugar cego do desespero. O canto soa desarmonicamente
e aparecem mais destroços, um chora por comida, o outro por uma palavra amiga, que tantas lacunas.
Naquela situação qualquer coisa servirá para passar a noite ao relento, agora suas luzes são as estrelas, e seus tetos o céu. Quantas lágrimas, gritos e ruidos vindo de toda parte, foram 10, não, 100, não, foram mil, milhares de vítimas, que hoje moram num túmulo aberto.

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